Escola, Racismo e Negritude


Professoras e professores da rede estadual de ensino deparam-se cotidianamente com situações de conflito no espaço escolar, que embora incidam diretamente na aprendizagem não parecem originar-se do processo de ensino-aprendizagem em si. São situações anteriores que se capilarizam para dentro do universo escolar, sem que muitas vezes se tenha instrumentalização para percebê-las ou intervir nas mesmas. 

O desafio vivenciado cotidianamente por cada educadora e educador traz em seu bojo, em alguns momentos de maneira sutil em outros de maneira violentamente explícita todo o impacto do racismo no desenvolvimento das relações no espaço escolar, seja a partir da percepção que as/os educandas/os tem de sua negritude, seja na percepção que têm da negritude da/o outra/o. Partimos aqui da perspectiva de que é necessário desenvolver ações que possibilitem as/aos educandas/os acesso a elementos que lhes instrumentalize no processo de re-significação de sua percepção de Àfrica e assim de afrodescendentes, incidindo diretamente na elaboração positiva da identidade Negra. 
Entendemos aqui que ser negro no Brasil se inicia com a ideia de África e africanos. Assim é necessário que educadoras/es e educandas/os sejam convidadas a um processo de reelaboração “elaborar outras imagens de negros e negras, outras identidades que recoloquem a dimensão o que são e que confrontem e recusem os estigmas” (WERNECK 2006). Busca-se leva-las a abrir os olhos para ver as diferentes forças de estética, beleza, da cultura afrobrasileira, ancoradas na tradição e na vivência corporal, transmissão oral de preceitos que oferecem modelos para a produção de identidades da população negra que contrariam estereótipos (Werneck 2006). 

Propõe-se aqui o desenvolvimento de um processo que busque levar as educadoras e os educadores a compreender a “necessidade da observância do aspecto raça/cor, buscando reconhecer as especificidades de identidade , religiosidade, reconhecimento do lugar do negro no processo histórico de formação da sociedade” (LAGES, 2007:67) [6], entendendo que as brincadeiras pejorativas e a ausência de uma discussão franca e concreta acerca de África e identidade afro-brasileira reforçam a possibilidade do desenvolvimento de uma baixa auto-estima dessas meninas e meninos, enfraquecendo sua autonomia e violam os direitos constituídos, visto que agridem subjetivamente e humilha os/as atingidos/as, produzindo sofrimento e medo, e nenhum ser humano pode ser livre na prevalência do medo. 

Tem-se o objetivo de lutar pela constituição de um fazer que possa identificar e revisitar a percepção de África apresentada por meninas e meninos e a partir das vivências propostas na sequência didática com foco na apresentação de um continente positivo, vivo e com uma história interligada a própria história da humanidade e portanto re-significar essas percepções e contribuir para a construção de uma Identidade negra positiva a ser vivenciada por negras/os e respeitada por não-negras/os.

NA BIBLIOTECA DA ESCOLA TEM ALGUMAS PROPOSTAS DE LEITURAS:













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